Planos cartesianos

Ontem me casei e hoje chuveu céu nublado. Eu, aceito você nas palavras, poesias e textos que porventura escreveremos juntos. Prometo criar, desenhar, pintar a você e a mim, modelar nosso coditiano na saude das letras, na doença das palavras, até o dia o que em as nossas palavras cessarem em nossas bocas. Fim, fim, fim.
Sim, minha aliança está feita. Olhe aqui a minha mão, não vê?
Eu sei, eu sei...esse aro pintado nos meus dedos é um circulo perfeito.
Me sinto completa, nossas coisas estão empacotadas na mesa... você decidiu assim, eu fui ver o jardim. Era tudo bem no seu lugar. Tá tudo tão satisfeito, tão acomodado que me deixei pegar pelos raios do sol que batiam no patio. Mais um dia a vento e sol, na casa que construi. Você, aqui e ali. Vem saindo e voltando e o dia vira dia a dia.
Andei andei e cai de joelhos nos jardins.
Eu aqui na chuva, pra encontrar nosso cotiadiano, ali bem junto das hortaliças. Bem fundo de raizes, mas esperei em vão pela sua água...horas e horas... porque daqui de onde estou não consigo por minhas mãos em você, ver onde você está...Não entendo se você jurou as mesmas palavras comigo. Só lembro que estavamos noite. Era uma idéia. Pedi pra você levar uma cesta de nossas coisas. Era uma pequena experiencia, mas eu tava contente. Você riu ficando sujo de terra. Usamos poucas ferramentas.
Cavamos, aramos, choramos...Você deixou pra falar depois. Aquilo era nosso.
Coloquei uma placa escrita. Você em mim, em terra, em água.
Você ficou em dúvida mas desenhou na terra os sóis que vi no primeiro dia. Eu e você, em terra, sol, casa e jardim. Jurou numa lingua que eu não entendi. Colocou nas minhas mãos um punhado de terra e me disse esse é meu coração. Eu não duvidei. Antes eu só imaginava, agora vejo a razão. Eu havia criado um sol pra ele...mas ele já tinha um. Eu não sabia, eu não queria ver... ele estava escondido. E eu a olhar o céu.. aiai...vi exatamente tudo que queria saber.. aqui no chão... junto ao sol da terra.
Sentamos na grama pra ver o céu da noite estrelada. O coração, agora meu e o sol estavam bem protegidos, a noite estava fria. Cada vez mais as estrelas apareciam, mais o céu nos chamava. Na ultima vez que olhamos para as estrelas, todas elas brilhavam ainda mais. Uma linda reverencia a noite de todos os sonhos. Lá em cima todas elas preencheem por completo o nosso sono.
Nosso sono ninguem pode explicar; o resto são manuscritos horizontais, pensamentos verticais. Ninguem sabe ao certo. Ninguém saberá.

Menina de pano em suas conversas com o Poeta de todas as esquinas.

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