Fontes
As fontes falam, conversam com o pesquisador de diversas maneiras. Um leitura primária dá conta de aspectos superficiais: o que está escrito, como está escrito, para quem, por quem, quando, além do contexto (social, politico, econômico) em que foi produzido. Em uma segunda leitura, o não dito, o que falta ser mencionado, a opção de abordar tal coisa/objeto/pessoa ao invés de outras (que também poderiam ser importantes para o contexto): as ausências, forçadas ou não. Essa ausência inclui também o espaço para falsificações, incongruências, "mentiras", "verdades". A terceira, o momento da descoberta enquanto documento, o seu contexto e sua posterior leitura. E finalmente a quarta, uma ação fluída e sempre constante, que são as variadas (e as variações de) leituras e consumos das representações segundo o tempo, o espaço, a cultura, a vida social, o local de fala, o interesse pelo objeto e seus objetivos de análise.
O facebook é, sem dúvida, um grande documento social a ser explorado em toda a sua complexidade e diversidade. Ele, como fonte digital expressa suas singularidades, mas não deixa de exibir o caráter "clássico" atribuído as fontes: a possível captação e permanência em um espaço, assim como a possibilidade de contar algo, de conversar com o pesquisador. Somos em close caption, a cores, e em movimento um documento: Aqueles que postam fotos, avatares, comentários e pensamentos, aqueles que postam pouco ou quase nada, os que não postam, os que só observam, os que não se incomodam, os que não possuem. E/ou todas as combinações possíveis próprias dessa rede.
Todos possuem algo a dizer, e estão dizendo. Mesmo não dizendo nada.
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