Primeiras Impressões*
Jane. Elizabeth. Emma. Elinor. Marianne. Ann. Todas são Jane e Jane são elas.
Todas somos nós, e nós, elas.
Quem são? Personagens de uma vida que poderia ser sua, séculos atrás ou até mesmo hoje, agora, descritas por Jane Austen com uma sabedoria peculiar de alguém que sabe as dores e alegrias de ser mulher. Não farei resumo bibliográfico, você com certeza já ouviu falar a fonte de origem destas personagens. Orgulho e Preconceito. Razão e Sensibilidade. Emma. Persuasão. Pois é.
Não inclui duas outras novelas de Austen (Mansfield Park e Northanger Abby) por conhecer pouco as duas obras e por não atentarem muito ao meu gosto. Não faz mal. Se um dia você ler uma delas, verá que Fanny e Catherine são parecidas com você... também. Sonhadoras e românticas. Ingênuas e manipuladas. Felizes. Infelizes. Vivendo dramas familiares e pessoais que as transformaram em mulheres perante os olhos da sociedade e delas mesmas.
Somos juntas. Bem daquele jeitinho. Complexo e simples. Dificilmente fácil de explicar. Quem sabe, somos um fazer “mulher” que ninguém sabe descrever, mas que todos sabem (de um jeito ou de outro) como manejar.
Afinal, todas as mulheres choram, riem, se sentem acuadas e perplexas pelas imposições sociais, usufruem de amizades (in)convenientes, são julgadas pela posição, pela exposição. São fortes e frágeis. Figuram na moda, pálidas, esquálidas, robustas ou belas. Apresentam códigos sociais específicos de certa posição na hierarquia social. Sabem o que querem, sem saberem. Não são tendenciosamente românticas, apenas vivem os romances como vivem o dia a dia. Nada de drama, apenas a vida. Meninas-Mulheres-Moças. Essas são Austen. Experienciam a mocidade eterna, caminhando para a vida adiante, cada uma com sua personalidade, indo de encontro as sensações que variam da perda ao contentamento tipicamente feminino, dócil. Um encanto que só as mulheres possuem. O sorriso secreto.
E olhando nas linhas gerais, Austen somos nós. Dançando, se divertindo, estando indignadas, pensativas. Quem não foi Jane, a doce flor inglesa, boa e gentil? Ou Elizabeth, de opiniões fortes e irônicas, inteligente e culta? Emma, a casamenteira, mimada e influente? Ann, triste, ponderada e conciliadora? Marianne, impetuosa e apaixonada? Elinor, madura e reservada?
Só você, todas elas juntas num só ser. De maneira sucessiva. Acoplada. Reajustada. Duas ou três de uma vez. Uma de cada vez. Unidas. Querendo ser como elas... e sendo de alguma maneira. Acima de tudo, construindo o ser que é você.
Menina de Pano mistura uma pitada de Emma e Elizabeth com um toque de Elinor.
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