Orgulho e Preconceito
Na época em que foi escrito, meados do século XIX, Orgulho e Preconceito de Jane Austin era tido como um fenômeno literário de alcance razoável, em sua totalidade, mas que abarcava boa parte do público feminino. Bem escrito, com uma história pontuada de escândalos, conceitos embutidos e sensibilidade por parte de Austin, o livro era considerado um romance água com açúcar em sua melhor especialidade. Além de adoçar a vida das mulheres de seu tempo, não era prejudicial a saúde mental, política e social.
Ironia do destino ou não, Austin, mesmo escrevendo um livro inocente aos olhos contemporâneos acabava por implantar um conceito gritante, porém de palavras moderadas. A sociedade era uma construção ruidosa, velha, impregnada de conceitos disformes, dinâmica em criar métodos de mascarar seus conceitos, a favor de tradições e principalmente, surda e de memória fraca. A sociedade pode ser vista então como uma mulher de meia idade com medo de mostrar sinais de envelhecimento e que faz de tudo para "parar o tempo". Mente, ilude, distrai, fala rápido é fútil e é comandada por sensos comuns. Bem...vou matar a curiosidade.
Vou contar um pouco da história de Orgulho e Preconceito. Srta Bennet, segunda na ordem de nascimento das cinco filhas do Sr. Bennet é uma mulher pouco convencional. Seus hábitos cultos mostram características de uma personalidade feminina, sem ser feminista, que quer em primeira instancia atender seus sonhos. Quer ser apaixonar por um homem. Não ser obrigada a casar, como as mulheres de seu tempo. Sua idéia é reforçada, quando sua irmã mais velha é impedida de casar com o seu pretendente, devido as maquinações de Mrs. Darcy. Homem rico, porém sério, reservado e calado, ele é visto como um homem excêntrico e fora dos padrões da sociedade Londrina, mesmo que a freqüente.
A partir daí, os destinos de Mr. Darcy e Srta. Bennet literalmente "batem" de frente, levando-os a confrontar suas idéias, preconceitos, sentimentos e verdades. Seus diálogos, repletos de alegorias e metáforas acabam por mostrar a identidade de ambos, embora, Srta Bennet só consiga enxergar a verdade nas atitudes tomadas por Mr. Darcy quando decide "entender" tais atitudes.
Mr. Darcy e Srta. Bennet, embora personagens fictícios, talvez consigam entender mais a sociedade do que nós mesmos, seres viventes. O distanciamento que ambos os personagens tomam da sociedade contribui para que os conceitos se endireitem. Ali toda futilidade e crueldade da sociedade Londrina é analisada, através de um olhar atento aos personagens-caricatura como a Sra. Bennet e a tia de Mr. Darcy. Utilizando esse "filtro social", mesmo sem expor tal conceito, Jane Austin se apossa das vozes dos personagens para assim fazendo uma critica suave, porém certeira.
Entendemos que a sociedade é ruidosa, barulhenta e com pseudo estruturas. Vemos, a cada dia isso ser apresentado em forma de ladrões, burocratas e salvadores. Porém, assim como um escândalo é sempre substituído logo em seguida por outro, temos a memória fraca. Esquecemos que somos os únicos culpados pela derrocada social, moral e política. Até por que, mesmo sem entender ou saber, somos a base, sim...a base da estrutura social. Produzimos, distribuímos, consumimos. E a partir daí, é montado alicerce social. Individuo, família, famílias, núcleo, rua, bairro, cidade, estado, região, nação.
Remédio pra mente fraca, sendo irônica e ao mesmo tempo não, é a vergonha na cara. Mas quem tem vergonha, se esconde. Temos vergonha , por isso nos escondemos. Atrás de políticos, atrizes de novela e cantores populares. Nada que supere a crise de futilidade social, mas algo que, com certeza nos torna superficiais. Imagina, ser representado e intitulados por um punhado de pessoas!? Não me sinto bem com isso. Mas bem... é assim que se mantem o estado das coisas e também é assim que não perdemos nada. A novela continua boa, eu ainda canto Tati quebra barraco e inda damos créditos aos políticos. Porém...Políticos são os mesmos independente do partido, ladrões de "batina, gravata ou avental" estão por todos os lugares, novelas tem sempre o mesmo final feliz e as musicas sempre acabam, algum dia.
Mas mesmo assim insistimos em dar crédito sempre a tudo e a todos. Quem vai dar crédito por nós?! Não sei. Acho que ninguém. É bom que fique assim. Isso é porque estamos esperando um ser supra-sumo, espécie de salvador que irá resolver, com um toque de mágica, nossos problemas. Um Super-homem.
E quem não fica tão indiferente assim, que sente aquela coceirinha incomodando é apenas mais um no filão de marginais. Estão a margem. São excêntricos, malucos, doentes e anormais. Isso porque não entendem, tentam, fazem o que podem fazer e as vezes nem fazem... Mas de alguma maneira também não se encaixam.
Viva Quincas Berro D'agua. Viva Srta. Bennet e Mr. Darcy.
De qualquer maneira, obrigada, Jane Austin.
Menina de pano, ó quem diria hein...escrevendo uma critica.
Ironia do destino ou não, Austin, mesmo escrevendo um livro inocente aos olhos contemporâneos acabava por implantar um conceito gritante, porém de palavras moderadas. A sociedade era uma construção ruidosa, velha, impregnada de conceitos disformes, dinâmica em criar métodos de mascarar seus conceitos, a favor de tradições e principalmente, surda e de memória fraca. A sociedade pode ser vista então como uma mulher de meia idade com medo de mostrar sinais de envelhecimento e que faz de tudo para "parar o tempo". Mente, ilude, distrai, fala rápido é fútil e é comandada por sensos comuns. Bem...vou matar a curiosidade.
Vou contar um pouco da história de Orgulho e Preconceito. Srta Bennet, segunda na ordem de nascimento das cinco filhas do Sr. Bennet é uma mulher pouco convencional. Seus hábitos cultos mostram características de uma personalidade feminina, sem ser feminista, que quer em primeira instancia atender seus sonhos. Quer ser apaixonar por um homem. Não ser obrigada a casar, como as mulheres de seu tempo. Sua idéia é reforçada, quando sua irmã mais velha é impedida de casar com o seu pretendente, devido as maquinações de Mrs. Darcy. Homem rico, porém sério, reservado e calado, ele é visto como um homem excêntrico e fora dos padrões da sociedade Londrina, mesmo que a freqüente.
A partir daí, os destinos de Mr. Darcy e Srta. Bennet literalmente "batem" de frente, levando-os a confrontar suas idéias, preconceitos, sentimentos e verdades. Seus diálogos, repletos de alegorias e metáforas acabam por mostrar a identidade de ambos, embora, Srta Bennet só consiga enxergar a verdade nas atitudes tomadas por Mr. Darcy quando decide "entender" tais atitudes.
Mr. Darcy e Srta. Bennet, embora personagens fictícios, talvez consigam entender mais a sociedade do que nós mesmos, seres viventes. O distanciamento que ambos os personagens tomam da sociedade contribui para que os conceitos se endireitem. Ali toda futilidade e crueldade da sociedade Londrina é analisada, através de um olhar atento aos personagens-caricatura como a Sra. Bennet e a tia de Mr. Darcy. Utilizando esse "filtro social", mesmo sem expor tal conceito, Jane Austin se apossa das vozes dos personagens para assim fazendo uma critica suave, porém certeira.
Entendemos que a sociedade é ruidosa, barulhenta e com pseudo estruturas. Vemos, a cada dia isso ser apresentado em forma de ladrões, burocratas e salvadores. Porém, assim como um escândalo é sempre substituído logo em seguida por outro, temos a memória fraca. Esquecemos que somos os únicos culpados pela derrocada social, moral e política. Até por que, mesmo sem entender ou saber, somos a base, sim...a base da estrutura social. Produzimos, distribuímos, consumimos. E a partir daí, é montado alicerce social. Individuo, família, famílias, núcleo, rua, bairro, cidade, estado, região, nação.
Remédio pra mente fraca, sendo irônica e ao mesmo tempo não, é a vergonha na cara. Mas quem tem vergonha, se esconde. Temos vergonha , por isso nos escondemos. Atrás de políticos, atrizes de novela e cantores populares. Nada que supere a crise de futilidade social, mas algo que, com certeza nos torna superficiais. Imagina, ser representado e intitulados por um punhado de pessoas!? Não me sinto bem com isso. Mas bem... é assim que se mantem o estado das coisas e também é assim que não perdemos nada. A novela continua boa, eu ainda canto Tati quebra barraco e inda damos créditos aos políticos. Porém...Políticos são os mesmos independente do partido, ladrões de "batina, gravata ou avental" estão por todos os lugares, novelas tem sempre o mesmo final feliz e as musicas sempre acabam, algum dia.
Mas mesmo assim insistimos em dar crédito sempre a tudo e a todos. Quem vai dar crédito por nós?! Não sei. Acho que ninguém. É bom que fique assim. Isso é porque estamos esperando um ser supra-sumo, espécie de salvador que irá resolver, com um toque de mágica, nossos problemas. Um Super-homem.
E quem não fica tão indiferente assim, que sente aquela coceirinha incomodando é apenas mais um no filão de marginais. Estão a margem. São excêntricos, malucos, doentes e anormais. Isso porque não entendem, tentam, fazem o que podem fazer e as vezes nem fazem... Mas de alguma maneira também não se encaixam.
Viva Quincas Berro D'agua. Viva Srta. Bennet e Mr. Darcy.
De qualquer maneira, obrigada, Jane Austin.
Menina de pano, ó quem diria hein...escrevendo uma critica.
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