Trago seu amor a qualquer preço!
Essa semana fui almoçar em um dos refeitórios da Universidade e acabei me deparando com uma conversa que gerou muitas reflexões. A coisa foi bem simples. Peguei a comida, sentei e começei a comer... e a viajar. Lá pelas tantas, entre pessoas passando com suas bandejas, conversas, gargalhadas, ouço uma frase ecoando a cima das outras. Frase que me fez parar de viajar na hora e a prestar atenção na conversa travada entre duas moças. (dissimuladamente a minha fisionomia ficou inalterada, mas o cérebro... ham, esse trabalhou na velocidade do assunto).
"Ela me disse tudo sobre a minha vida, sem eu sequer falar nada! Você precisa ir nela, vai adorar"
Desculpa, não deu para não prestar atenção na conversa. Por vários motivos.
1) A frase pairou na mesa solitária, então não tinha como não ouvir.
2) O tema normalmente gera certo suspense, afinal, uma mulher com supostos dons de adivinhação havia acertado alguma coisa - no caso, "tudo". Tudo o que?
3) O mercado da adivinhação tem clientela variada (entre loucos, medrosos, malucos, ciumentos, os universitários, que reúnem possivelmente todas essas caracteristicas e mais, estavam nas estatísticas).
4) Havia o fato de estar sozinha, não ter nada para fazer naquele momento além de comer e parabenizar a jovem sentada próxima de mim pela coragem de ter ido a uma Dona Jussara Trago Seu Amor A Qualquer Preço, Pode Confiar, É Garantido.
Resumo da História
Ela havia ido numa advinha oriental, pedido conselhos sobre sua vida (provelmente certa de ouvir soluções para seus problemas), ouvindo respostas que remetiam a sua trajetória de vida. Isso logo passou a indicar que a advinha era realmente "boa", o que me faz supor, que os conselhos foram interessantes e "úteis". Por isso ela aconselhou a amiga a ir nela também. "Ela vai falar tudo sobre a sua vida, vai ver só".
A parte das causas e consequências de conselhos dados, e o que se faria a partir deles, me peguei pensando o quanto somos inseguros a respeito de quais decisões devemos tomar quando uma problema precisa ser solucionado. Não que não precisamos ouvir conselhos quando dúvidas, incertezas surgem ou quando não conseguimos identificar de onde vem as falhas, quando eles aparecem. Conselhos muitas vezes orientam, direcionam, incentivam e ajudam a melhorar quando analisados criticamente, racionalmente.
O problema é que muitas vezes as decisões precisam partir de nós e ninguém, nem mesmo os homens mais sábios e doutos da terra, com poderes quase místicos podem adivinhar. Coisa que nos chateia, nos tira de nossas zonas de conforto. Isso demosntra a atitude de não querer se responsabilizar pelo erro que podemos vir a cometer caso erremos em nossas decisões. Deixar que o outro decida tira a culpa de nossas costas, bem como o peso da responsabilidade em executá-la.
Tomar decisões importantes é difícil. Eu sei disso. Todos sabem. Mas se desabonar da decisão é não querer vencer a marcha pelos próprios pés. E culpabilizar os fatores externos pelos nossos erros, nós já fazemos isso todos os dias quando reclamamos do governo, da política, da guerra, da vida em geral. Nós apenas recebemos na ressaca da onda, aquilo que enviamos para o mar.
Talvez o melhor conselho a seguir seja: Refletir, analisar, pensar e se perguntar se o que desejamos faz realmente sentido para as nossas vidas. O negócio é espantar a insegurança pra lá, e tomar as rédias da própria vida nas mãos. Pois assim como a moça quer respostas para a sua vida, eu também as quero para minha. Por isso penso, logo existo.
Menina de pano não é fofoqueira não! Apenas analisa aspectos da vida cotidiana.
"Ela me disse tudo sobre a minha vida, sem eu sequer falar nada! Você precisa ir nela, vai adorar"
Desculpa, não deu para não prestar atenção na conversa. Por vários motivos.
1) A frase pairou na mesa solitária, então não tinha como não ouvir.
2) O tema normalmente gera certo suspense, afinal, uma mulher com supostos dons de adivinhação havia acertado alguma coisa - no caso, "tudo". Tudo o que?
3) O mercado da adivinhação tem clientela variada (entre loucos, medrosos, malucos, ciumentos, os universitários, que reúnem possivelmente todas essas caracteristicas e mais, estavam nas estatísticas).
4) Havia o fato de estar sozinha, não ter nada para fazer naquele momento além de comer e parabenizar a jovem sentada próxima de mim pela coragem de ter ido a uma Dona Jussara Trago Seu Amor A Qualquer Preço, Pode Confiar, É Garantido.
Resumo da História
Ela havia ido numa advinha oriental, pedido conselhos sobre sua vida (provelmente certa de ouvir soluções para seus problemas), ouvindo respostas que remetiam a sua trajetória de vida. Isso logo passou a indicar que a advinha era realmente "boa", o que me faz supor, que os conselhos foram interessantes e "úteis". Por isso ela aconselhou a amiga a ir nela também. "Ela vai falar tudo sobre a sua vida, vai ver só".
A parte das causas e consequências de conselhos dados, e o que se faria a partir deles, me peguei pensando o quanto somos inseguros a respeito de quais decisões devemos tomar quando uma problema precisa ser solucionado. Não que não precisamos ouvir conselhos quando dúvidas, incertezas surgem ou quando não conseguimos identificar de onde vem as falhas, quando eles aparecem. Conselhos muitas vezes orientam, direcionam, incentivam e ajudam a melhorar quando analisados criticamente, racionalmente.
O problema é que muitas vezes as decisões precisam partir de nós e ninguém, nem mesmo os homens mais sábios e doutos da terra, com poderes quase místicos podem adivinhar. Coisa que nos chateia, nos tira de nossas zonas de conforto. Isso demosntra a atitude de não querer se responsabilizar pelo erro que podemos vir a cometer caso erremos em nossas decisões. Deixar que o outro decida tira a culpa de nossas costas, bem como o peso da responsabilidade em executá-la.
Tomar decisões importantes é difícil. Eu sei disso. Todos sabem. Mas se desabonar da decisão é não querer vencer a marcha pelos próprios pés. E culpabilizar os fatores externos pelos nossos erros, nós já fazemos isso todos os dias quando reclamamos do governo, da política, da guerra, da vida em geral. Nós apenas recebemos na ressaca da onda, aquilo que enviamos para o mar.
Talvez o melhor conselho a seguir seja: Refletir, analisar, pensar e se perguntar se o que desejamos faz realmente sentido para as nossas vidas. O negócio é espantar a insegurança pra lá, e tomar as rédias da própria vida nas mãos. Pois assim como a moça quer respostas para a sua vida, eu também as quero para minha. Por isso penso, logo existo.
Menina de pano não é fofoqueira não! Apenas analisa aspectos da vida cotidiana.
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