Caça Niquel
Me ensinaram a não chorar. Eu digo, bom dia, como vai? Nada seria mais simples que um provável tropeçar de letras e mais algumas boas palavras pra alimentar quem que esteja a ler. Eu digo mais. Aprendi a andar. Sabe daquelas coisas que a gente sempre reclama que tá ruim e vai ficar assim mesmo porque é assim que as coisas estão e se não estivessem assim elas estariam pior? Gostaria de abrir o meu velho guarda-chuva, virar pra meia dúzia na calçada e dizer, pois é agora não foi dessa vez. Tá bom, então vamos tentar novamente. Eu digo que sim e você se satisfaz em repetir. Digo e repito, já diz na frase, eu vim pra cá e de lá pra cá aqui estou bem. Dava pra imaginar uma planta que contasse todas as coisas pelas quais se tem sorte de achar. Na maioria das vezes se luta contra o azar. Pois, já tentou lutar contra a sorte? Chorar ao contrário? Ou quem sabe descer pra dentro. Não é fácil, mas depois de um tempo, você se acostuma com tudo. E desacostumar é aprender de novo. Aliás, não é aprender de novo. É aprender pela primeira vez. Vamos lá. No inicio fez se o verbo. Tá, o verbo no pensamento não era verbo conjugado, então ele só aprendeu e soube o que era verbo no momento em que começou a ser falado. A suposta experiência do verbo era apenas orgânica. E dessas fase vegetariana, acho que eu e todos já vivimos um pouco. Depois do verbo o sopro. Que sopro. Quase sopro. Não havia intensidade, qualidade ou se quer quantidade o suficiente pra se soprar, porque soprando forte ou fraco, o lugar vai ser o mesmo. Mesmo que um pouco modificado. Boa. Decidiram acampar durante uma semana, e no ultimo dia, o merecido descanso, porque até aqueles que tem boas idéias, não tem boas idéias o tempo inteiro. Funcionando também se pifa. Só basta estar funcionando. E visto que o trabalho tava até bom demais e que se fizessem mais a coisa ia ficar feia, rolou briga, uns raios pra lá e uns trovões pra cá, mas decidiram-se e partiram pra outra. Sabe como é, sempre tem nessas historietas, alguém tem que trabalhar, outros assistir, outros a falar mal e outros pra reclamar. Há, claro. E os outros. O fato confusão. Se você cria primordialmente um número, esse, é claro, vai entrar em conflito com os outros. Pelo simples fato de entrar e de que é preciso entrar. Conflito se não é falta, quem o criou foi inteligente pra burro. Porque ele sempre irá criar uma solução e um novo conflito. Vê ai que dizem que 2 e 2 dão 5. Função de chatisse é exercida bem nesses casos, e nos outros também. Imagina a confusão. Tudo bem, você tá cansado, e eu te digo que eu também. Ó viu, não vou nem discutir. Vou levando o desaforo pra casa, bato a porta na sua cara e pronto, tá limpo e resolvido. E lá no fundo do quarto e vou e sim ninguém ver. Choro. Tá bom você tá certo, mas que porcaria, você tá certo. Vou concertar. Parabéns, aprendendo justamente errado, né. Isso é bom. Sempre achei que quem aprende errado aprende mais de pressa. Olha só. Tá lá todo mundo fazendo certinho e você, erradinho. Te chamam a atenção e primeiro você é burro por opção. Deixa eu fazer essa merda errada. De novo, atenção. Insistindo no erro por orgulho. Agora é que eu vou fazer errado mesmo. Terceiro, tá bom vou aprender logo pra pararem de encher o saco. Mistério resolvido. Agora a aprendizagem certa. Tudinho na sua mão. Vai lá meu filho, quanto é 1 + 1, hein!? Fácil, olha pra mão da titia e diz... nessa mão tem um dedo, na outra tem um dedo, a gente junto e quantos dedos dá... conta, vai. 2, muito bem. Nossa, que saco. Mas enfim, chato de alguma maneira você já foi, é ou ainda será. Aprender de um método só num dá. Isso porque você responde a dois botões-base. Certo. Errado. Escolha a sua maneira e de acordo com o caso. Sempre há alternativas, e as erradas vão pras qualificações dos termos de difícil acesso. A coisa é sempre mais quente nos errados e acaba sempre tendo os efeitos mais bonitinhos e espetaculosos com os errados. Você é mais inteligente depois de ter errado muito. Você mais é esforçado, e ainda mais, você é experiente. Então vamos lá. Tente chorar ao contrário, andar com os pés no teto, aprenda a andar (direito, como uma mocinha e um rapaizinho que você é), erre sempre que for possível errar, suba pra baixo e corra pra trás (se possível depois, pra frente) que eu te encontro na linha de chegada com o meu guarda-chuva de bolinhas rosas. Aperto a sua mão e ai, você faz o que quiser daqui pra frente porque eu não vou ficar dando dica por ai a torto e a direito. Eu já fiz demais. Agora é com você. Me de licença porque eu vou caminhar. Menina de pano de dia, de noite e aos sábados e domingos assim que vai dormir. |
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